Nos últimos meses, o debate sobre o uso de inteligência artificial em atendimentos psicológicos ganhou força. Segundo matéria da Agência Brasil, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) criou um grupo de trabalho para discutir os impactos do uso de chatbots — como o ChatGPT — em contextos terapêuticos.
Embora a tecnologia tenha se tornado parte da vida moderna, quando o assunto é saúde mental, o cuidado precisa ir além da praticidade. É sobre vínculo, acolhimento e ética.
Índice
1. O que está acontecendo
Com a popularização de ferramentas de IA, algumas pessoas começaram a buscar apoio emocional direto por meio desses sistemas. Em um primeiro momento, pode parecer inofensivo: afinal, é rápido, acessível e sempre disponível.
No entanto, especialistas alertam que a IA não compreende o sofrimento humano — ela apenas replica padrões de linguagem.
O CFP demonstrou preocupação com a falta de regulação e a possibilidade de pessoas vulneráveis substituírem o acompanhamento profissional por conversas automatizadas.
2. Por que isso é um problema
A psicoterapia depende de vínculo, empatia e interpretação contextual — elementos que uma máquina não é capaz de oferecer de forma autêntica.
Além disso, o uso inadequado de IA em atendimentos psicológicos pode gerar riscos sérios, como diagnósticos equivocados, dependência emocional e até agravamento de quadros mentais.
Por exemplo, imagine uma pessoa em crise de ansiedade pedindo ajuda a uma IA que, sem perceber a gravidade da situação, responde com mensagens neutras ou genéricas.
Sem o olhar clínico de um psicólogo, essa pessoa pode sentir-se ainda mais sozinha — reforçando o sofrimento que buscava aliviar.
3. A história da Luísa
Luísa, uma jovem de 28 anos, vinha tentando lidar com a ansiedade de um novo trabalho e o distanciamento dos amigos. Certa noite, cansada de se sentir sozinha, ela começou a conversar com um assistente de inteligência artificial. As respostas eram rápidas, simpáticas e pareciam compreensivas. Era um alívio poder desabafar sem medo de julgamento.
Durante algumas semanas, o hábito se tornou um refúgio. Sempre que se sentia angustiada, Luísa abria o aplicativo. Mas, com o tempo, começou a notar que as respostas eram genéricas, como se o robô apenas “copiasse e colasse” frases de consolo. Quando uma crise de pânico surgiu, as respostas automáticas — “tente respirar fundo” e “você é forte, vai passar” — pareceram vazias.
Foi então que ela procurou uma psicóloga. E ali, pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se realmente vista. A profissional não ofereceu respostas prontas — ofereceu presença. Ajudou Luísa a entender seus gatilhos, seus medos e a construir um espaço interno de acolhimento real.
Luísa percebeu que a diferença entre ser ouvida e ser escutada é a presença humana. Que um robô pode simular empatia, mas não pode sentir.
4. O papel do psicólogo diante da IA
Ao invés de enxergar a inteligência artificial como uma ameaça, o psicólogo pode vê-la como uma aliada — desde que usada com responsabilidade.
Ferramentas digitais podem auxiliar na organização da agenda, no marketing, no controle financeiro e até no acesso remoto a pacientes.
Entretanto, o núcleo do trabalho terapêutico deve permanecer humano.
Por isso, é importante que o profissional comunique claramente o valor da escuta qualificada e mantenha a ética como base da sua atuação, inclusive no ambiente digital.
5. Conclusão
A tecnologia pode facilitar processos, mas não substitui o vínculo humano — o que sustenta cada encontro terapêutico.
Em tempos de inteligência artificial, o maior diferencial do psicólogo é permanecer profundamente humano.
E ao ter o suporte de uma contabilidade que cuida do seu negócio com o mesmo zelo que ele dedica aos pacientes, o profissional pode se concentrar na sua verdadeira missão: acolher, compreender e transformar vidas.
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